domingo, 30 de junho de 2019

OS PROFESSORES VÃO TER DE SE HABITUAR A ENSINAR SEM CHUMBAR


Hoje, “chumbar” um aluno é quase um sacrilégio. As pressões e condicionantes são tantas e de todos os lados que a maioria dos professores acaba por ceder, pois percebe que se trata já de uma batalha perdida.
O Diretor, o pai, a mãe, os colegas, o DT – todos procuram que o professor aceite transitar o aluno (ou para isso contribua), embora reconheçam que tal não é justo. E logo daqui emerge uma conclusão – todos nos empurram para uma avaliação injusta.
Era muito interessante que isto mesmo fosse explicado e assumido pelos Diretores das Escolas, naqueles discursos engalanados de início de ano letivo ou durante as distribuições de prémios, menções honrosas, diplomas, em que temos que levar com toda aquela prosápia da “escola de qualidade, rigor e excelência”. Poupem-nos!









Voltemos então à questão fundamental: os professores vão ter que se habituar a não chumbar. Pelo menos até ao 9.º ano. 
Sim, vão ter que largar esse último bastião de poder. É bom que se convençam disso rapidamente, para sofrer o mínimo possível com a transformação de paradigma que já ocorre na Escola portuguesa.
Concentremo-nos em ensinar o melhor possível, a todo o tipo de aluno (e não apenas aqueles que têm mais dificuldades), sendo rigorosos, atenciosos, objetivos. Deixemos de lado qualquer preocupação com a aprovação e retenção dos alunos porque isso já não no diz respeito.